sábado, 27 de novembro de 2010

Tempos de Paz.

Gostaria que dessem uma olhada nesses dois textos:
Banalizando a vida. e Violência no Rio de Janeiro.

 Os dois juntos conseguiram sintetizar, perfeitamente, meus sentimentos e opiniões.

Os textos são da Thaís e da Isabel, respectivamente.

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Mesa molhada

 Se você já sentou numa mesa de bar, talvez me entenda.

 Sabe quando você bebe seu chopp delicioso, e quando o garçom leva sua tulipa de volta a mesa fica marcada com o suor do copo? ui. Então, essa foi a inspiração para esse texto.
 (Sim, eu viajo em qualquer lugar, minhas inspirações são muito variadas.)
 Existem pessoas que são como os chopps: deliciosas enquanto duram e acabam com certa rapidez; mas deixam marcas. Algumas dessas marcas só permanecem até o próximo chopp chegar, ou se o garçom secar a mesa. O problema é quando a mesa é de um material fraco e fica manchada para sempre.
 E dificilmente alguém gosta dessas marcas. Às vezes a gente usa até um produtinho mais especial pra ver se sai, e nada. Aí, o jeito é aprender a lidar com as manchas, e fazer com que elas se tornem enfeites de mesa.

 "Diga ao primeiro que passa; que eu sou da cachaça mais do que do amor.''

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Com amor, sua pequena.


 Escrevia por saudade. Vontade de encontrá-lo e dizer-lhe tudo que era preciso, mas não era possível. Então, escrevia.
 O primeiro beijo é sempre inesquecível, assim como o primeiro amor. A primeira vez que seu coração parecia a bateria de uma escola de samba em fevereiro, batia mais rápido que o habitual.
 Ele foi seu primeiro namorado. Primeira experiência como casal. Ela era nova, treze anos. Ele também. Sempre que se lembra deste ano, sente uma emoção difícil de explicar.
 Viveu com ele momentos mágicos. As horas voavam naquelas salas de aula.
 Mas ele a traiu com sua irmã. Ela a traiu com seu inimigo. O perdão veio com o tempo. Agora eram amigos. Bons amigos.
 Cada um começou a namorar pessoas que não eram amigas em comum. Passaram-se anos. Perderam o contato, a namorada dele não queria que eles fossem amigos. E para o bem de seu relacionamento, ele a esqueceu por completo.
 Os namoros acabaram. Ela voltou a procurá-lo e ele se deixou encontrar.  A amizade deles pareceu nunca ter dado um tempo. E aos dezoito anos, voltaram a se relacionar. Agora, era um homem e uma mulher. Foi mais rápido que a primeira vez. Na verdade, foi muito rápido: um dia. Um dia que ela guardava com carinho incondicional. Ela achou que depois desse dia, eles reescreveriam suas histórias juntos.
 Eis que ele se envolve com outra mulher. Sua relação ficou séria e mais uma vez, ele a esqueceu. Disse-lhe que foi pelo mesmo motivo daquela segunda namorada. Ela não acreditou mais. Estava certa que lhe causava algum tipo de mal estar. Talvez fosse mais fácil para ele não estar com ela por perto. Mais seguro.
 Mas ela cansou. Cansou de ser dele em tempo integral e isso não ser recíproco. Decidira que iria se esforçar ao máximo para não pegar o telefone e ligar para ele quando ouvir Legião Urbana, quando fizer pipoca de madrugada assistindo Tomates Verdes Fritos pela milésima vez ou quando viajar para Cabo Frio em julho, naquela chuva fria.
 Ela sabe que todo esse esforço não será válido quando eles se encontrarem na rua. Aquele jeito desleixado de andar, que nunca mudaria, a encantava. O cabelo desarrumado como se tivesse acabado de acordar. A mochila semi-aberta porque, provavelmente, estaria atrasado, dormira demais. Ela sentiria os mesmos calafrios que sentia há anos atrás. O suor nas mãos seria conhecido, mas já não se lembraria. O sorriso, por mais que tentasse o contrário, insistiria em ficar maior na medida em que ele se aproximasse.
 Os anos vão passar. Eles vão casar e ter filhos lindos com pessoas maravilhosas que vão amar muito. Independentemente disto, ele será, para sempre, seu primeiro beijo, o primeiro namorado. E ela dirá às amigas: ele foi o meu primeiro amor.

sábado, 6 de novembro de 2010

Medo.

Ultimamente tenho sentido pavor de envelhecer. Sempre tive vontade de parar nos dezessete. Já passou. Não a vontade, mas a idade.
Não me considero velha, isso seria, no mínimo, estupidez; mas começo a ficar com medo de não aproveitar o que a juventude me oferece de forma plena. Ou então, de fazer trinta anos e ainda querer curtir a noite - tiazona da balada, como diriam.
Já conversei com algumas pessoas sobre isso. Não discordaram muito. Um deles foi um pouco mais dramático e pensou como seria, caso fosse atingido por uma bala no peito sem ter curtido nada da vida. Pelo visto, essa aflição não é privilégio meu.
De repente, é por isso que eu e mais uma amiga em especial - que eu não vou citar o nome - estamos fazendo as coisas que dão vontade, estando ciente das consequências (em alguns casos), mas não tendo medo delas. Isso pode acabar num estupro coletivo, mas quem liga? Tá, essa parte é brincadeira, eu ligo sim!
Parece que tudo que está acontecendo pode nunca mais se repetir. E depois, como faz com o arrependimento por não saber como seria? Aí já era, manolo.
Eu quero ir mais ao fundo. Sem nóias.
Vamos fazer as titicas que pudermos, com dois únicos limites :
1 - não magoar ninguém, na medida do possível;
2 - Não providenciar um sequestro para as amigas.
Tudo ok pra você, amiga que eu não vou citar ?

Então, ta combinado o Plano Infalível n° 6669.

filling.

"O ser humano é muito bom em modificar o que pensa sobre o mundo para se sentir melhor. Ironicamente, o melhor meio de ir em busca da felicidade talvez seja ir em busca de outras coisas; deixar a felicidade de lado e permitir que ela venha até você, em vez de você ir até ela. Você terá mais paz."


Até onde me lembro, frases do Allan Massie. Mas poderiam muito bem serem minhas.