quinta-feira, 28 de julho de 2011

A última canção

E de decepções em decepções, estou aqui.
Mas é como se não estivesse.
Depois de algumas lágrimas, pude então sorrir.
Que sorriso é esse?

É o sorriso de quem quer partir
Sem deixar marcas.
Fechar a porta e então sair.

Por mais que eu tenha reclamado
Dos seus vícios e adorações
Nenhuma dor supera aquela
Da maldita traição.

Se puder 
Joga fora o meu laço
Por favor, esqueça meu abraço
Por você espere asco.

sábado, 23 de julho de 2011

Vem comigo, baby.

"É esse o caminho", disse-lhe ela. "Estou nele, é nele que permanecerei. Ofereço-te companhia. Mostro-te os atalhos, mas faço questão de seguir pelo longo curso se me acompanhares.
Você não me conhece. Eu não sei se você existe de fato. Imagino-te. Sei que me imagina. Somos idealistas. Não sou nada disso. Você não é tudo aquilo. Ou somos?"

Ansiedade, curiosidade e intensidade. Boas palavras, pertinentes aos dois.
Como tudo isso surgiu? Em uma semana duas vidas mudaram. Duas, três, quatro. Ou estão pra mudar.
Futuro duvidoso. Nada que ela já não esteja acostumada. Esse universo da descoberta é fascinante.

"Sinto saudade de você. Não sei como isso é possível. Sinto falta de algo que não tenho, nunca tive", respondeu aos devaneios dela.

Ele estava confuso. Eram dois mundos. Duas opções. Na verdade cada opção carregava mil mundos. A ideia de tê-la era quase palpável.

"Deixo você partir, sei que estarás próximo, de alguma forma. Que o melhor aconteça."

Ela estava sendo honesta, em partes. Queria ele ali, o mais perto possível, ao lado, embaixo, por cima, por dentro.
Eram milhares de coisas que os dois poderiam oferecer. Os dois queriam poder oferecer. E queriam pra já. Mas não era assim que as coisas funcionavam. E a ilusão se propagava, na esperança da luz se acender e o futuro começar a ser certo.

E a história termina aqui. Sim, sem uma conclusão. Como poderia ter fim, sem um começo?

terça-feira, 12 de julho de 2011

+ 1 = 0

Minha matemática não funciona.
Sempre soube que não me sairia bem com exatas.
Não sou exata.
Não gosto de coisas exatas.
E pra mim, + 1 = 0.

Mais um, exatamente isso.
Apenas mais um na minha vida.
Não significou coisa alguma.
Faz sentido agora?
Concorda com meus cálculos?

domingo, 10 de julho de 2011

03:40

E por que eu ainda estou aqui?
Já é madrugada, não?
Eu não me importo mais, pra que?
Não me interessam os números, o que eu iria querer senão resultados?
Mas você brincou comigo, e isso não é ruim, como seria?
Brincadeiras não são sempre pra diversão?
São, não é mesmo?
E se a brincadeira não for suficiente?
E se a criança for mimada?
E se nada disso foi uma brincadeira?
E se o jogo for pra valer?
Quem comprou os ingressos?
Quem vai pagar pelo estrago?
Quem está comigo?
Eu tenho alguém?
Eu consigo ter alguem?
Mas eu nao tenho todos?

Não.