sábado, 28 de janeiro de 2012

Carta para a Falta.

Nessa imensidão de nada
Eu choro copiosamente
Sem muita certeza do motivo
Mas certa de que não é por excesso.
É a falta.
Falta sem paciência de esperar pelo próximo dia.
Falta má educada, foi mimada e acostumada a não existir.
Quando aparece, toma conta da sanidade
Manipula as lágrimas e a capacidade de manter-me sóbria.
Perco todo o controle sobre as emoções.
Exijo atenção exagerada
Se não recebo, sou áspera.
Como esperar menos?
Nina Bückler, incomparável beleza prussiana
Me faz querê-la mais que o recomendável diariamente.
Agora eu vivo nesse ciclo de querer, poder e não ter.
Por vezes, sou injusta, pois eu tenho.
Tenho mais que mereço
Talvez, por isso, mais que suporto.

*

Cara Falta,

Façamos um acordo, uma espécie de pacto: eu vivo sem tua presença, mas se quiseres vir, deve prometer vir sozinha e por tempo suficiente para que aquela sua amiga, a Dor, não venha procurar-te e, ao fazê-lo, encontrar em mim um bom abrigo. Em troca deste gentil gesto, ofereço-te uma poesia dizendo o quão fatal és.
Espero ansiosa por uma resposta positiva. Perdoe-me, mas não gosto de sua amiga.
Vejo você em breve.

Encarecidamente,
Mitzi Brandt.

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