quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Sortilégio

Num breu criativo, ela me aparece feito um raio.
Veloz, branca, cheia de luz e incapaz de ver a força que tem sobre meu tão frágil corpo mortal.
O insight começa com um jogo quase de azar, com aquela dose conhecida de dor para tornar tudo mais divertido.
Criando situações insuportáveis para dois seres tão descontrolados de ardor.
Parece magia ou algum tipo de bruxaria que nos afeta tão profissionalmente, que a visão turva, ainda só na imaginação causa estragos emocionais.
O corpo, feito um bloco maciço de alumínio jogado à lenha acesa, reage a cada estímulo tão abruptamente, que causa espasmos.
Um dia eu encontro um vidro escrito "Drink me", desse mesmo que a Alice achou naquele país das maravilhas.
Bebo todo o seu conteúdo e fico do tamanho de um morango.
Assim, posso perpassar por toda a superfície daquele raio branco, desfrutando de cada ínfimo detalhe.
Quando estiver completamente embriagada de paixão, volto ao tamanho de origem pra fazer o raio trovejar alto em meus ouvidos.
É naquele momento de completa paralisação e contração do bloco de alumínio que ele derrete e fica líquido como uma água brilhante.
Encontro fatal esse do alumínio com um raio.
Mas ao contrário do que parece, os dois corpos renascem a cada tempestade e nunca se aniquilam.
Não é assim que conta a lenda?

2 comentários: